terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Humildade da Ciência e a Ciência da Humildade











Taken over the centuries, scientific ideas have exerted a force on our civilization fully as great as the more tangible practical applications of scientific research.

Tomadas ao longo dos séculos, as ideias científicas têm exercido um força na nossa civilização inteiramente tão grandes como as aplicações práticas mais tangíveis da investigação científica.
I. Bernard Cohen (1914- ) U. S. historian of science.

Período de nojo:

Algumas atitudes, vindas de algumas pessoas, dada a sua fealdade e o seu conteúdo venenoso, exigem veementemente um período de nojo.

No entanto, sendo este intervalo de tempo esgotado eventualmente, podemos voltar às questões levantadas por tais indivíduos mesmo com alguma vantagem que nos foi conferida pelo passar lento e pausado do tempo e pela consideração medrada dos problemas que estavam ou não em debate!


Omnia disce:

"Omnia disce, videbis postea nihil esse superfluum. Coarctata scientia jucunda non est."

Aprende tudo, verás depois que nada é supérfluo, coarctada a Ciência não é bela.

Hugh of St. Victor (c. 1078 or 1096?--1141)

Como bem compreendeu Hugo de São Victor, a busca cientifica implica liberdade. A verdadeira liberdade está, no entanto, orientada para o bem, de modo que a essa mesma liberdade possa crescer, dado que só nos pensamentos e nas acções cheias do sentido e do significado que os valores nos trazem podemos encontrar essa radical ausência de barreiras e de empecilhos que constituem a verdadeira e perene Liberdade.
De contrário temos, uma libertinagem que nos leva a perder a pouca autonomia que julgávamos ter, tal como o estudante que decide que não estuda porque para isso tem liberdade depois compreende que não fez uso de liberdade mas de estulticia pois a liberdade exerce-se em conjunção com a sabedoria ou a ciência.






Os cientistas procuram saber (é dai que vem a palavra ciência de sci= sei) as razões das coisas. As razões reais, das coisas reais que existem mesmo, caso contrário não há possibilidade de saber e lodo não há ciência possível. É que há hoje um conjunto de pessoas muito confundidas e baralhadas, julgam que se pode fazer qualquer tipo de ciência sem Metafisica/Ontologia, mas na verdade não se pode porque se as coisas não existem (ou como obstinadamente teimam os agnósticos, se não podemos saber se existem) também não podemos saber mais nada sobre nada porque, ou nada existe ou... enfim nem vale a pena continuar!

Em suma: as coisas, a realidade quero eu dizer, existem e a ciência procura saber as causas, materiais e eficientes em todo o caso da sua existência!

Fica claro, parece-me que não se pode excluir nada deste "PROQUÊ?" caso contrário como diz o Hudo de São Vitor temos um conhecimento retalhado, amputado, truncado e, mais outros sinónimos que pudéssemos encontrar!
Não só não se pode excluir nada como tem obrigatoriamente de subir ao mais alto das razões das coisas, pelo menos daquilo que intelectual e independentemente julgamos ser o cume da montanha das razões.
Isto não é nada um empreendimento humilde! É necessária audácia! Mas a sorte protege os audazes e é isso que os cientistas procuram ser AUDAZES! Quando se leva uma criança a uma loja de brinquedos e se lhe pergunta qual queres ele invariavelmente aponta para o maior, o mais espectacular brinquedo que lá houver! Ou se não se puder decidir, tenta leva-los todos! (Correndo o risco de levar a metáfora um bocadinho longe demais, o problema é que muito raramente os pais têm arcaboiço financeiro para comprar tantos e tão dispendiosos brinquedos)

Os cientistas são, com algumas adaptações sociológicas, como crianças numa grande loja de brinquedo que é o mundo! Senão veja-se o que disse o Newton:

“I do not know what I may appear to the world, but to myself I seem to have been only like a boy playing on the sea-shore, and diverting myself in now and then finding a smoother pebble or a prettier shell than ordinary, whilst the great ocean of truth lay all undiscovered before me.”

Não sei o que posso ter parecido ao mundo, mas a mim próprio pareço ter sido somente como um rapazinho que brinca na praia e se diverte quando encontra uma pedra mais macia ou uma concha mais bela do que o normal, ao passo que o grande oceanoa da verdade se apresenta completamente desconhecido diante de mim.

Temos assim que a ciência parte do desejo do Homem, um desejo que como referia Reginald Garrigou-Lagrange, O.P. tem uma profundidade infinita!



Discite a Me:

Discite a Me, quia mitis Sum et humilis corde
Aprendei de Mim que Sou manso e humilde de coração.

Mt 11, 29.

Este querem saber tudo, ou o mais possível, faz com que fiquemos encantados como o Isaac Newton com a maravilha deste nosso problema que é o real!
Chegamos assim à verdadeira humildade que não e apoucamento, mas pelo contrário nasce da nossa audácia e realiza-se na nossa compreensão de quão pequenos somos nesta imensidão vasta que procuramos entender! Somos levados, pela exaustão das forças intelectuais a ver claramente como e quanto somos insignificante diante desta magnifica obra!
Assim, se tivermos coragem somos levados a considerar a Causa das Causas; Aquele que sem se mover, move tudo e todos; o Ordenador de toda a ordem que vemos no mundo e, assim sucessivamente nas vias tomistas.

Não partimos de uma humildade(zinha) que nos é imposta de fora, pela situação existencial de uma ou outra pessoa que se demitiu deste cargo de criança à-beira-mar, mas somos levados a contemplar esta humildade no mundo e, se tivermos olhos para ver n'Aquele que sendo Construtor do Mundo se fez parte dele, com uma simplicidade que nos ensina a todos cada vez sempre mais e mais segundo a medida do nosso desejo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Espaço de Oração na UM






“Deus é ainda uma realidade desconhecida no mundo da cultura, da ciência”.
D. Jorge Ortiga

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