quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Visão: Horizontal ou superficial?





Devemos livrar-nos do habito de considerar as coisas horizontalmente e superficialmente, como se todas tivessem o mesmo valor e importância. Este é um ponto de vista materialista, uma concepção niveladora que apaga toda a elevação e profundidade. Devemos acostumar-nos, doutra doutro modo, a ver as coisas de cima para baixo verticalmente, por assim dizer, ou na sua profundidade.
Acima de tudo está Deus, espírito puro, imutável, eterno e imenso, conservando e dando a vida a todas as coisas. Depois vem a Humanidade do nosso Salvador, o canal pelo qual nos é transmitida toda a graça e, que está presente em todos os Sacrários do mundo. Ainda mais abaixo, está a Nossa Senhora, a medianeira e co-redentora; e, depois dela os santos; depois vem o pastor supremo da Igreja e, os Bispos. Depois deles vêm os fieis que estão em estado de graça e também aqueles Cristãos que, apesar de não estarem no estado de graça, no entanto como Católicos, guardam a Fé como revelada por Deus. E, por último estão aquelas almas que estão à procura da verdade e aquelas, também, que, ainda vagueiam no erro, as quais no entanto em certos momentos recebem de Deus Nosso Senhor, graças de iluminação e inspiração.
Esta maneira de olhar as coisas como se fosse perpendicularmente ou, se quiserem, na sua altura e profundidade em vez de superficialmente, é precisamente aquela contemplação que procede da Fé iluminada pelos dãos do entendimento e da sabedoria.

A providencia
, Réginald Marie Garrigou-Lagrange, O.P.

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