quarta-feira, 18 de abril de 2012

O comunismo russo e o Concilio Vaticano II 50 anos volvidos

Podemos aprender muito com a História! Se tivermos boa vontade.
Há cinquenta anos, na ex URSS, espalhavam-se as mentiras da propaganda comunista que aqui transcrevo.
Cinquenta anos volvidos o comunismo russo soçobrou e deixou o Povo Russo mais pobre, mais inseguro e à mercê de caciques despóticos como Vladimir Vladimirovich Putin!...






Estas são as mentiras que se propagandeavam então:

Vaticano II: Reações da imprensa russa

Em julho de 1962 apareceu na revista «Nauka i religia» (Ciência e Religião) - publicada em Moscovo - um artigo de E. Pirogov relativo à convocação do II Concílio do Vaticano. Naquele número da revista mensal “antirreligiosa” e que “tinha por objetivo atacar a religião e educar o povo russo, sobretudo a juventude, no ateísmo”, o autor dizia que o Concílio pretendia a “mobilização de todas as forças clericais do mundo para fortalecerem a NATO e ajudarem a derrubar o comunismo”.

Intitulado ‘Em vésperas do Concílio Ecuménico’, o artigo de E. Pirogov acentuava também que uma “parte da Cúria Romana estava de acordo com esta política de apoio à NATO. Outra parte começou por ser contrária à convocação do Concílio que considerava inoportuna no momento atual, acabou por vencer a primeira, à frente da qual se encontrava o Papa” (Podgaetsky-Belina, N. «O Concílio Ecuménico na ótica do Kremlin», In: Brotéria, Lisboa 1963, nº 1).

Segundo o autor do artigo na «Nauka i Religia», a Igreja “perdeu já muito da sua influência, sobretudo junto dos operários, dos camponeses e dos intelectuais. As populações das antigas colónias furtam-se, igualmente, à influência do clero”.

Para E. Pirogov, esta perda de influência pode-se atribuir, por um lado, “à bancarrota da política imperialista do clero católico”, e por outro, “à influência sempre crescente das ideias comunistas e materialistas dos países socialistas sobre as populações”.

Quando faltavam alguns meses para a realização desta assembleia magna, o articulista avançava mesmo que “o problema mais importante a tratar no Concílio será certamente a atitude do Vaticano perante o comunismo” e que Monsenhor Castellano, dirigente da Acção Católica, tinha declarado que o comunismo era a “maior heresia de todos os tempos e seria anatemizado” (artigo citado).

No que se refere à possível atuação do Concílio, relativamente à paz, o autor sublinha que “não se sabe ainda se o problema da conservação da paz será discutido”, mas deixa uma linha orientadora: “É possível, no entanto, que o assunto se discuta, uma vez que o Papa propôs, em algumas alocuções, que se não utilizassem armas nucleares para a solução das questões em litígio”.

Depois de algum tempo de silêncio, a imprensa soviética voltou a ocupar-se, novamente, do Concílio. No jornal «Pravda» de 26 de outubro do mesmo ano aparece uma pequena nota intitulada «Salvar a Paz! – Um apelo do Papa João XXIII». A notícia – veiculada pela agência de notícias russa (TASS) – refere que o Papa dirigiu um apelo pela rádio a “todos os homens de boa vontade” a favor da paz.

Pelos respigos da imprensa soviética nota-se que era “poucas e deformadas notícias que ao povo russo” chegaram acerca do Concílio. (Podgaetsky-Belina, N. «O Concílio Ecuménico na ótica do Kremlin», In: Brotéria, Lisboa 1963, nº 1).

LFS

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